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NOVO ENDEREÇO DO MOVIMENTO DOURO LITORAL

19/10/2014
O blog do MDL mudou.

Por favor vá a        dourolitoral.blogspot.com

Passos Coelho o martelo e o prego

23/03/2012

Alguns dirão que o discurso de Passos Coelho no Congresso do PSD foi um discurso vazio. A realidade é que não evitou nenhum dos temas quentes da atualidade e recentralizou o Partido no personalismo: a atividade do Governo deve favorecer a realização das ambições e dos “sonhos” das pessoas.

Não é uma questão poética. A atividade governativa e da administração pública não deve ser paternalista no sentido de indicar às pessoas o que devem fazer, não deve criar situações de subsidiodependência. Também não deve ser monetarista no sentido do equilíbrio financeiro do Estado, sendo importante e necessário, não pôr em causa o crescimento da economia, o empreendorismo dos portugueses e a competitividade das empresas.

A greve de ontem veio demonstrar, caso isso fosse necessário, que se os portugueses se sentem injustiçados por estarem a pagar uma crise da qual não têm culpa, têm a consciência que são uma peça insubstituível para que o País saia da crise e o seu futuro possa ser mais positivo.

Numa mensagem à ala socrática do PS e a certos críticos que se esqueceram rapidamente do passado, referiu que “Quem anda sempre com um martelo na mão, tudo lhe parece um prego”. Nem tudo são rosas, tem tudo são decisões justas. Nem tudo são decisões corretas. Mas o trabalho que temos, todos, pela frente, não permite que passemos a vida com uma das atividades preferidas dos portugueses: a maledicência!

Uma última palavra para a presença de Portas na abertura do Congresso. O Governo está unido e ambos os partidos sabem o caminho que têm a percorrer. O resto é folclore.

Este ano e o próximo são decisivos para o futuro. Como diria JFK: O que é que podes fazer pelo País?

O fantasma do personalismo e o Programa do PSD

06/03/2012

Pedro Passos Coelho definiu o PSD, no prefácio do livro “Contributos para uma Social-Democracia Portuguesa” – que reúne as conclusões do trabalho da comissão de revisão do programa do PSD, intitulada Gene PSD e que foi presidida por José Pedro Aguiar-Branco – como um partido reformista, contrário aos “planos revolucionários”, personalista, por oposição às “opções coletivistas”, e interclassista.

O personalismo centrado no valor incomensurável da dignidade da pessoa humana, afastando inequivocamente as opções coletivistas. Um personalismo que assume o compromisso inabalável pela defesa da liberdade individual na prossecução dos projetos e concepções de felicidade de cada um, escreveu Passos Coelho.

Mais à frente, o livro cita Sá Carneiro, um insigne personalista, quando afirmou que “A pessoa é a medida e o fim de toda a atividade humana, E a política tem de estar ao serviço da sua inteira realização”.

Que forças terão levado a Direcção do PSD a retirar o personalismo do Programa do partido?

Para compreender melhor a evolução das correntes personalistas sugiro que leiam estes textos coligidos por um amigo meu.

Meditar sobre o fantasma do personalismo

O fim da regionalização?

04/12/2011

O ministro Miguel Relvas afirmou ontem, em Braga durante um debate sobre a reforma da administração local que “dentro de cinco ou seis anos” as juntas metropolitanas de Lisboa e do Porto sejam eleitas directamente.

O tema não é novo e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, já o tinha feito há uns meses atrás.

Já se sabia que Miguel Relvas não gostava da regionalização do País. Já se sabia que defende o aumento dos poderes das associações de municípios como forma de evitar a regionalização. Agora, defender a eleição directa dos órgãos das áreas metropolitanas, isso é mesmo rebuscado. Teríamos uma região do Norte dividida numa área metropolitana do Porto rica e eleita democraticamente e o resto da região pobre e a receber as migalhas dos outros.

Alguma semelhança com a Europa a duas velocidades?

Funcionários do Parlamento sem corte nos subsídios

14/11/2011

A Assembleia da República aprovou uma Resolução mantendo os subsídios de Natal e de Férias dos seus trabalhadores.
Será que quando aprovarem o Orçamento de Estado arrepiarão caminho?
Orçamento AR 2012

“Esperança em tempo de crise.”

12/11/2011

Neste mundo cada vez mais liberal, onde a ganância do capital não regulado tem vindo a crescer, No seu último comunicado, a Igreja católica mais uma vez põe o dedo na ferida:

Não é a primeira vez na nossa história que os sobressaltos na vida habitual e nas expectativas normais se tornam ocasiões de consciencialização e decisão coletivas. Aproveitemos este momento, que não desejávamos, para aprofundar valores que não deveríamos esquecer nunca, pois são a própria base duma sociedade justa e saudável.

É certo que se juntaram fatores externos e internos, como muitas análises, mais ou menos coincidentes, não deixam de evidenciar. Excessiva especulação financeira e pouca consistência económica somaram-se negativamente e tanto nos enfraqueceram internamente como nos prejudicaram internacionalmente. Alimentámos, ou alimentaram-nos, aspirações que agora são impossíveis de concretizar. Falha hoje a própria base material em que tudo o mais se sustenta, ou seja, uma vida económica saudável e suficientemente apoiada pelo investimento e pelo crédito, que garanta trabalho digno para todos: trabalho que é condição indispensável para o sustento e a realização das pessoas e das famílias.

Acompanhamos o esforço dos vários responsáveis nacionais e internacionais, agora mais premente pela magnitude dos problemas. É cada vez mais claro que a política internacional não pode reduzir-se, nem muito menos submeter-se, a obscuros jogos de capital que fariam desaparecer a própria democracia. Esta só acontece onde todos se reconhecem, respondendo cada um pelo que faz ou não faz, à luz de valores e direitos que a todos interessam e suportam. O capital provém do trabalho, que, realizando a pessoa humana, mantém prioridade absoluta. Nem podemos abster-nos da vida democrática, nem devemos cair nas mãos de novos senhores sem rosto. Também aqui se há de respeitar a verdade, condição básica da justiça e da paz.

Nesta curta mensagem, que pretende ser um sinal de presença, oferecemos o que nos é mais próprio como Igreja Católica em Portugal:

– A nossa solidariedade ativa, como é exercida diariamente pelas instituições sociais católicas, com todas as possibilidades que tivermos e em franca colaboração com tudo o que se faça na sociedade em prol de um bem que tem de ser verdadeiramente comum e não deixe ninguém em condições desumanas.

– A nossa insistência nos valores e princípios fundamentais da doutrina social da Igreja, que aliás compartilhamos com a racionalidade humana em geral, concretizando-se em quatro pontos axiais: a dignidade da pessoa humana; o bem comum; a subsidiariedade, que suscita e apoia a contribuição específica de cada corpo social; e a solidariedade, expressão da fraternidade, que nunca procura o bem particular sem ter em conta o bem de todos.

– A certeza, mais uma vez afirmada, de que compartilhamos “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias” dos nossos concidadãos, querendo reproduzir agora os sentimentos daquele Cristo, que tendo nascido há dois mil anos, quer “renascer” também no Natal que se aproxima – e com a mesma luz para idênticas trevas.

O teatro da crise

04/11/2011
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Diálogo “maquiavélico” (séc. XVII)
Diálogo entre Colbert e Mazarino, durante o reinado de Luís XIV, extraído da peça de teatro “Le Diable Rouge”, de Antoine Rault:

Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar [o contribuinte] já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço…

Mazarino: Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado… o Estado, esse, é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se… Todos os Estados o fazem!

Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criámos todos os impostos imagináveis?

Mazarino: Criam-se outros.

Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.

Mazarino: Sim, é impossível.

Colbert: E então os ricos?

Mazarino: Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.

Colbert: Então como havemos de fazer?

Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente entre os ricos e os pobres: os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos, mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tirámos. É um reservatório inesgotável.”

MERCOZY – Agora percebi tudo…

03/11/2011

Agora compreendo porque é que a Europa está a ser governada a dois

A austeridade deve ser só para uma parte específica da população (2)?

15/10/2011

Estupefacção. Inacção. Incredulidade… Os estados de alma foram muitos perante a bomba lançada pelo Primeiro-Ministro: no próximo ano, eu e mais 400.000 portugueses ficarão sem o subsídio de férias e sem o 13º mês. Somos trabalhadores do Estado, das administrações locais e das regiões autónomas, bem como das empresas públicas. Somos trabalhadores de serviços públicos, médicos, professores, polícias, militares, magistrados. Seremos da RTP, RDP, TAP, Banco de Portugal, CGD, Hospitais Privados de Portugal…?

Não é claro, para mim, para nós, porque motivo os trabalhadores do sector privado, ficam de fora desta medida. O que está em causa é o deficit do Estado e das administrações e a sua capacidade para honrar os compromissos. Ora, o nível de qualidade do serviço público – saúde, transporte, segurança social, educação, segurança pública… – e a sua utilização por todos os residentes no País é factor determinante do deficit público uma vez que ele é deficitário, já que os impostos não dão para cobrir a despesa.

Se TODOS, ao usufruirmos de um determinado nível de serviço público, “contribuímos” para o aumento do deficit, nada mais natural seria do que os MESMOS contribuamos para a sua diminuição.

 

A austeridade deve ser só para uma parte específica da população?

14/10/2011